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Foco no Autofoco é a melhor dica que posso dar pra você para que suas fotos não saiam tremidas, borradas e estranhas. Porque foco no Autofoco? Bom é bem simples. Hoje 90% dos fotógrafos são dependentes do sistema de autofoco de suas câmeras.
Apenas em casos muito especiais é possível avistar alguém usando apenas foco manual, sem depender da tecnologia. E nas próximas linhas você vai ver o que e como isto tudo trabalha de forma conjunta para que suas fotos fiquem sempre afiadas!
Foco no Autofoco
Primeiro de tudo. Foco manual vs Autofoco.
No foco manual você é o único responsável por adquirir foco nas foto, você pode contar com mais de uma forma de conseguir isto. Você pode manipular a lente de sua câmera, você pode se aproximar ou se afastar do que está fotografando, tal qual mover o objeto a ser fotografado.
Em suma você está no controle, e muitas vezes estas são as únicas ferramentas que você tem em mãos para tirar uma boa foto. Então nunca subestime o foco manual. Mas como o papo hoje é sobre auto foco, ou foco automático, e como ele funciona e também os vários tipos de autofoco disponíveis.
Os sistemas de focagem das câmeras modernas são extremamente complexos e muitas vezes câmeras novas são lançadas apenas por conta de um sistema de focagem novo. Mais para reduzir a parte massante deste texto vamos direto ao que realmente importa.
Tipos de autofoco
Detecção de fase
A detecção de fase é mais comum em DSLRs e emprega o que é conhecido como divisor de feixe. O divisor de feixes direciona a luz (a imagem) para dois micro sensores diferentes, criando assim duas imagens separadas e idênticas.
Estas são alinhados (focados) automaticamente usando o software interno da câmara. Quanto melhor for o software interno e os sensores de focagem da câmera, melhor e mais rápido será o processo de aquisição de foco.
Se você já usou uma câmera de filme antiga com lentes de foco manual, pode se lembrar de como a imagem ou cena apareceria dividida no centro do visor, e o foco foi alcançado alinhando as duas imagens desalinhadas.
A detecção de fase funciona dessa maneira.
Detecção de Contraste
A detecção de contraste é possivelmente mais precisa do que a detecção de fase, especialmente ao fotografar objetos (retratos) em close-up com uma abertura ampla ( f / 1.4-f / 2.8).
A detecção de contraste é uma tecnologia mais moderna presente em câmeras menores e câmeras mirrorless, além de Smartphone.
Por ser uma tecnologia menos complicada e mais barata é bom comum vermos o crescimento deste tipo de detecção de foco cada vez mais presente em nossas câmeras. O autofoco de detecção de contraste é obtido medindo o contraste no sensor de imagem da câmera.
A diferença de intensidade entre os pixels adjacentes do sensor aumenta naturalmente com o foco correto da imagem. O sistema óptico pode assim ser ajustado até que o contraste máximo seja detectado.
Nesse método, o AF (Autofoco) não envolve a medição de distância real e isso cria desafios significativos ao rastrear assuntos em movimento, uma vez que a perda de contraste não indica a direção do movimento. Então aqui já fica uma dica, dependendo do que você fotografar é interessante escolher uma câmera com um tipo de focagem específico.
Se for fotografar esportes por exemplo a detecção de fase será uma grande vantagem teu lado por ser bem mais robusto e responsiva que a detecção de contraste.
Não tem nada mais frustrante que chegar em casa e ver que você acertou quase tudo na foto, pois ela ficou fora de foco.
Então se você quer que suas fotos alcancem um nível superior de foco, leia este post até o fim, e você não vai se arrepender. Além dos tipos de focagem, fase ou contraste, temos os sistemas híbridos de focagem que se utilizam de dois os mais sistemas combinados para adquirir focagem.
Modos de Focagem para Nikon e Canon
Autofoco Automático (AF-A) Nikon | AI Focus AF Canon
Em Autofoco Automático (AF-A), a câmera analisa a cena e determina qual ponto / pontos AF usar. Com base no fato de o objeto estar ou não em movimento ou estacionário, ele alterna automaticamente entre AF-S e AF-C para obter foco.
AF Servo Único (AF-S) Nikon | One-shot AF Canon
No AF de servo único (AF-S), o ponto AF selecionado se fixa ao objeto a ser fotografado desde que o botão de disparo do obturador permaneça parcialmente pressionado.
A trava de foco é normalmente indicada no visor pela iluminação de um círculo verde sólido em câmeras Nikon. Quando o foco é adquirido e travado, a cena pode ser recomposta sem perder o foco no que está sendo fotografado.
Este modo AF é ideal para assuntos que estão parados.
AF Servo Contínuo (AF-C) Nikon | AI Servo AF Canon
No foco de AF Servo Contínuo (AF-C), a câmera continua a ajustar o foco no ponto AF selecionado até o momento em que o obturador seja ativado. Este modo AF é ideal para assuntos em movimento.
O modo de área AF ou pontos de autofoco
Além desses modos de foco, as DSLRs da Nikon e da Canon vêm equipadas com várias configurações de pontos de AF. Este modos podem variar em quantidade e comportamento, dependendo do modelo de sua câmera.
Modos de Área AF da Nikon
A Nikon permite que você escolha as seguintes opções do modo de área AF:
Ponto único – O fotógrafo determina um único ponto AF manualmente e a câmara foca no objeto que estiver naquela região.
Área Dinâmica – O fotógrafo determina o ponto AF manualmente, como acontece com o Ponto Único AF.
No entanto, se o assunto se mover e sair da área do ponto AF seleccionado, a câmara ajusta-se de acordo com os pontos AF circundantes e voltará a focar de acordo. Essa configuração funciona melhor com assuntos que estão se movendo de forma imprevisível.
Auto – A câmera determina qual ponto AF contém o assunto e focaliza automaticamente, sem a intervenção do fotógrafo.
3D – O fotógrafo determina o ponto AF manualmente. Quando o botão de disparo do obturador é parcialmente pressionado e a câmera alcança o foco.
O fotógrafo pode recompor a cena mas câmera mudará automaticamente para um novo ponto AF para manter o foco do objeto selecionado.
Modos de Área AF da Canon
As opções do modo de área AF da Canon são muito semelhantes às da Nikon, mas são mais prejudicadas nos agrupamentos de pontos AF para obter foco.
AF Point Expansion – Este modo permite-lhe selecionar um ponto AF principal, acompanhado por 4 ou 8 pontos AF adicionais. Modo muito importante para fotografar sujeitos em movimento ou que não ofereçam muito contraste para a aquisição de focagem.
Zone AF – Fornece um grupo de 9 ou 12 agrupamentos de pontos AF móveis para obter foco no assunto mais próximo que se encaixe na zona selecionada.
Auto AF Point Selection – Neste modo, todos os pontos AF estão ativos e o foco da é muito semelhante ao modo AF 3D da Nikon.
Não se baseie apenas no texto deste blog ou do manual de sua câmera, a melhor forma de ver tudo isto na prática é sair e testar cada um deles. O próximo assunto é algo que muitos fotógrafos, mesmo alguns que se dizem profissionais, não tem ideia de que pode ser feito, e isto fará uma diferença incrível no foco de suas fotos.
Calibração de lentes
A calibração correta da lente também é fundamental para obter ótimos resultados com DSLRs e combinações de lentes – fixas e zooms. A calibração da lente é o primeiro passo que você deve dar para obter consistência e precisão no foco.
E calma isto pode ser feito direto em sua câmera, uma vez calibrada aquele lente tende a funcionar bem com aquele corpo. A Nikon oferece ajuste fino de AF em algumas das câmeras mais recentes é isto é uma ferramenta valiosa.
Em câmeras Canon também é possível fazer tal processo.
No vídeo acima você vê como todo o processo pode ser feito e como é bem simples parear de forma adequado uma lente com um corpo. Uma vez calibradas suas lentes tendem a não “mentir” o foco, mais lógico que nada disto adianta se você não souber usar tudo que a câmera oferece.
O modo AF-S, ou equivalente, normalmente são os mais simples e mais consistentes para quem adquirir foco mais rápido. A vantagem de poder recompor a cena sem que o foco se perca faz com que suas opções de composição sejam bem mais variadas.
Concentrando-se em assuntos em movimento
Sempre que for fotografar algo que em movimento uma boa combinação de configurações é AF-C + AF de Área Dinâmica, na Nikon.
Se você usa Canon pode AI Servo AF Canon + Zone AF, normalmente estas combinações são as que funcionam melhor nestas situações. A consistência de foco entre várias fotos é o que me leva a sugerir estas configurações, porém fique a vontade para tentar outras combinações.
Lembre-se, os modos AF Dinâmico e o Zone permitem a seleção de agrupamentos de pontos AF que variam de grupos de 4-8 pontos para manter o rastreamento de foco constante para assuntos em movimento.
Quando estou um pouco mais longe de assuntos em movimento, descobri que fotografar em AF Contínuo-Servo (AF-C) em combinação com o modo AF de área 3D (Nikon) ou AF Automático (Canon) produz os resultados mais consistentes.
Foco em retratos
Acho que os desafios de foco mais significativos vêm com a captura de retratos ou detalhes em close-up com lentes mais longas (50 mm ou mais) em aberturas de f / 1.2 – f / 2.8.
É aqui que os profissionais se separam dos amadores.
Muitos fotógrafos querem alcançar o efeito visual marcante (bokeh) com fundo desfocado que vemos ao fotografar um assunto bem aberto (f / 1.2 – f / 2.8). Mas poucos realizam que isto pode ser um trabalho um pouco mais complicado do que apenas usar uma lente rápida, ou algum dos medonhos apps de celular.
E para isto é preciso entender um pouco sobre profundidade de campo, e já vou adiantando que pode não ser um assunto fácil para todos. Sempre quando usamos aberturas muito grandes diminuímos a faixa efetiva de foco aceitável em um retrato.
Então quando estamos fotografando um rosto de meio perfil por exemplo, é possível colocar um dos olhos do modelo em foco e facilmente perder o mais afastado da lente, devido a abertura. Muitas vezes estes pequenos detalhes fazem com que você foque no olho errado ou perca o foco totalmente da área importante no retrato.
O grande truque aqui é misturar tudo que aprendeu e testar combinações e configurações diferentes para cada situação.
Conclusão
Autofoco é uma ferramenta poderosa e conveniente que ajudou a evoluir e elevar a fotografia nos últimos 20 anos. No entanto, com todas as coisas mecânicas e humanas, existe fraqueza e limitações. Além disso, não há limitações quando falamos de imaginação ou de vontades criativas.
Por estar em constante evolução a tecnologia do autofoco é algo que ainda vamos falar e usar durante muito tempo. Vale cada centavo pegar sua câmera e sair experimentando os tipo de focagem nas mais variadas situações, só assim você vai conseguir definir o que é melhor para você .
Se quiser ver mais sobre como manter o foco leia este artigo aqui.
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